Na manhã desta quinta, 10, Guilherme Boulos participou do primeiro debate do segundo turno das eleições em São Paulo, promovido pela rádio CBN e os jornais O Globo e Valor Econômico. Diante da ausência de Ricardo Nunes, porém, o evento se transformou em uma sabatina. Boulos respondeu a perguntas dos jornalistas Milton Jung, Vera Magalhães e Maria Cristina Fernandes ao lado de uma cadeira vazia. “Lamentável que ele tenha fugido”, afirmou o candidato do PSOL., lembrando que Nunes foge de suas responsabilidades. “É ruim para a democracia e um desrespeito com as pessoas.”
De acordo com as regras acertadas com os organizadores ainda em setembro, Boulos teve a oportunidade de fazer duas perguntas para Nunes. O candidato do PSOL questionou o atual prefeito a respeito das suspeitas de infiltração do crime organizado na Prefeitura, citando o chefe de gabinete da Secretaria de Infraestrutura e Obras (SIURB), Antonio Olivatto, ex-cunhado de Marcola, líder do PCC. A explosão de obras sem licitação na gestão Nunes, que bateram o recorde de R$ 5,8 bilhões, se concentra justamente nessa secretaria. Boulos questionou por que Nunes indicou o chefe de gabinete para o cargo. “Nós temos hoje o risco de São Paulo ficar à mercê dos interesses do crime com a continuidade do Ricardo Nunes”, afirmou.
Ao longo da sabatina, Boulos explicou diversas propostas de seu programa de governo com Marta Suplicy, com destaque para as iniciativas voltadas para o empreendedorismo, ampliadas agora a partir de ideias defendidas pela deputada Tabata Amaral. Além do Acredita Mulher, voltado para as paulistanas e apresentado ainda no primeiro turno, ele citou a oferta de microcrédito para jovens, alinhada à ideia original da candidata do PSB, que já declarou seu apoio. Boulos revelou que vai a Brasília nesta quinta para tratar do assunto com o presidente Lula. Ele ainda disse estar disposto a dialogar com todos os eleitores que votaram “pela mudança” no primeiro turno, inclusive com quem escolheu Pablo Marçal.
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