Em ascensão nas pesquisas de intenção de voto e próximo da virada, Guilherme Boulos participou nesta sexta, 25, de uma sabatina promovida por Pablo Marçal, terceiro colocado no primeiro turno. O ex-coach fez o mesmo convite ao prefeito Ricardo Nunes e foi ignorado. Marçal chegou a telefonar ao vivo para Nunes, logo após encerrar a conversa com Boulos, mas não foi atendido.
Marçal afirmou ter ficado surpreso com o fato de o candidato do PSOL ter concordado em participar do que ele chamou de “entrevista de emprego”. “Eu não fujo, nem nunca fugi de nenhum embate. Aliás, passei os últimos dias conversando olho no olho com as pessoas em praça pública, por toda a cidade de São Paulo”, explicou Boulos. “Inclusive, teve apoiadores meus que aconselharam ‘não vá, é cilada’, como eu vi que teve apoiadores seus que também te criticaram. Por isso, o que a gente tem que ter em mente é que, se eu fosse levar pelo pessoal, seria a última pessoa a topar esse convite, até pelos ataques que sofria da tua candidatura no primeiro turno.” Ele reiterou que não faz política movido por “mágoa”, mas pelo propósito de melhorar a vida das pessoas, de criar as condições para que todos tenham “as mesmas oportunidades”: “Eu não me movo por mágoa, por ressentimento. Eu me movo na política por um propósito que é fazer a vida das pessoas melhor, é lutar por mudança, e é por isso que eu estou aqui hoje. Goste ou não, você (Marçal) teve mais de 1 milhão e 700 mil votos de paulistanos, eu sei que muita gente, aliás, a maioria das pessoas que votaram em você, votaram pela mudança, assim como eu, querem a mudança na cidade de São Paulo. Eu tenho a convicção que eu vou ganhar essa eleição. Eu vou ter que governar para todos, inclusive para mais de um milhão e 700 mil pessoas que votaram em você, é por isso que eu estou aqui”.
Ao longo da entrevista, Boulos apresentou várias propostas, inclusive incorporando ideias apresentadas por Marçal no primeiro turno, como a criação de “escolas olímpicas” e a oferta de educação financeira na rede municipal. “Quem votou em Marçal, acreditava na mudança. O candidato da mudança no segundo turno sou eu”, destacou Boulos, deixando claro que, se tivesse de escolher entre o próprio ex-couch e o atual prefeito, anularia o voto. Ele ouviu o mesmo de Marçal, mas, dirigindo-se ao eleitorado do terceiro colocado, pediu um voto de confiança focado em uma nova proposta para construir uma São Paulo mais justa, humana e sustentável, na qual a Prefeitura apoie quem quer prosperar e não apenas apareça para cobrar boleto. “Do Nunes a gente já sabe o que vai sair. Muita gente diz que o prefeito é inofensivo. Nunes não é inofensivo. É um fantoche. No Rio de Janeiro, a milícia tomou conta por causa do governador fraco.”
Confira aqui como foi a sabatina.